Depoimento de Mark Laurence:
Todas as
tardes, quando eu saia do Jornal, ia para a minha padaria predileta. Lá
tinha cheiro de pão quentinho e café, como todas as padarias, mas
proporcionava um aconchego que qualquer outra fracassara. É claro que
havia mais algum motivo para essa padaria ser a minha predileta: ela. Quem era ela?
Uma linda garota-mulher, que todas as tardes pedia seu cappucino com
chantilly e com canela e biscoitos de nata. Eu sempre tentei adivinhar a
idade dela, e dentre esses numeros eu nunca acertei. Os olhos tinham a
inocencia de uma criança, seu corpo era de uma adolescente delicada, mas
o seu sorriso… AH, o seu sorriso era de uma mulher segura, bem
resolvida na vida e feliz. Aquele sorriso esbanjava auto-confiança, sem
qualquer hostilidade. Ela tinha uma aurea reconfortante, aquele tipo de
energia na qual é bom ficar perto daquela pessoa. Ela me atraia. O motivo pela qual eu nunca lhe paguei um café?
Eu sempre deduzi que ela devia ter algum marido ou namorado. É claro
que observei que ela não tinha qualquer aliança. Mas aquele sorriso
concerteza tinha algo a ver com amor correspondido.
Numa tarde de outubro de trincar os
dentes, depois de convencer-me incansavelmente de que eu poderia ter uma
conversa de um homem gentil sem qualquer demonstração de interesse
amoroso, sentei-me de frente para ela. Me lembro perfeitamente de seu
semblante. Ela vestia um sobretudo marrom de lã, botas de “esquimó” e
luvas cinza. Ela lia “O Morro dos Ventos Uivantes” e tomava o mesmo
cappuccino com chantily e com canela e biscoitos de nata, ela lançou-me
um lindo sorriso que desconcertou-me. Desde aquele dia em diante, depois
de saber que ela não pertencia a ninguém, ela tornou-se minha. Tão
minha…e tão da felicidade. Não estou convencendo-me que eu era a sua
felicidade, eu era uma peça especial, a felicidade estava nela, minha
presença em sua vida só fez transbordar. Mary Elizabeth tinha a
felicidade em si mesma, e isso sempre completou nosso amor.
Seu amor próprio, foi o inicio do “nós”.
Por: Rayne Oliveira
0 comentários:
Postar um comentário