sexta-feira, 15 de julho de 2011

A Casa defronte ao lago.

Um desejo psicologicamente solitário.


    Ela estava ali, sentada em sua cadeira giratória, defronte ao notebook, trabalhando. Era web designer. Seu lugar de trabalho era aquela paz. Numa casa perto do lago. Lá fora os patos faziam barulho com a água. Naquele lugar, só havia o barulho da água e de seus dedos teclando ou apertando o mouse. O céu estava branco. O dia, pálido e solitário.
    Quando terminava seu trabalho, sentia-se interiormente solitária.Rodou-se na cadeira, a expressão entediada. Ela e sua mente. Olhando para os móveis retrô, imaginou crianças suas correndo por ali, e de repente elas simplesmente sumiram. Havia um cara de sorriso largo e intenso na cozinha, mas logo ele simplesmente sumira. Eram essas miragens de desejo que a faziam enlouquecer. Ela e sua mente. Ela levantou-se. Seu moleton macio aconchegava sua pele. Tomou um gole de chá de camomila, olhou para sua solidão exterior, e subitamente abateu-se nela a interior. Uma lágrima escorreu. Ela sorriu infeliz. Possuía dinheiro, mas a sua alma era extremamente pobre.
    Sua varanda:"seu sonho". A cadeira de balanço rangendo o piso de madeira. Sentou-se com um livro na mão. Os patos faziam barulho na água. Ela aborreceu-se, e jogou uma pedra no lago, que os fizeram partir. Uma lágrima escorreu. Sua alma era extremamente pobre.
     Sua paz exterior lutava com seu interior.

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