"Ela sempre acreditou, no íntimo, que ele voltaria. Só não tinha certeza. E então ele estava ali."
Claire era uma garotinha rebelde e geniosa que tinha 6 anos, era magra, branquinha como a neve, e tinha os cabelos castanhos, possuía olhos fundos e expressivos... autoritários. No natal ganhou um gravador, e desde então, gravava tudo o que achava importante, corria para perto do lago, sentava-se na grama e sua maozinha miúda segurava o gravador, enquanto seus olhos procuravam detalhes do que queria registrar, a voz era mansa e fina. "Olá gravador, hoje minha avó fez um bolo de chocolate maravilhoso. Me lambuzei inteira e lambi os dedos na frente da senhora Raver, pedi o seu pedaço de bolo, minha avó ficou uma fera. Eu queria mesmo que ela ligasse para a minha mãe, talvez ela venha me buscar hoje! Acho que estou feliz! É só isso... fim!"
Claire morava com a avó, que era carinhosa, mas exigente, não admitia as birras e desobediência da neta. A mãe de Claire, trabalhava numa lanchonete na cidade, era uma mãe ausente. Claire perdeu o pai assim que completou um ano de vida, ele falecera de overdose por bebida alcóolica. A casa da avó era imensa e, vazia. Claire era solitária. Sua avó vivia costurando ou lendo, sozinha.
[...] Continua.
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